Mulheres costumam sofrer mais com a doença (Cistite) durante o verão, por permanecerem de biquíni molhado por muito tempo

A cistite, uma inflamação na bexiga urinária, pode ocorrer durante todo o ano, mas se manifesta com mais intensidade durante o verão nas mulheres, que permanecem muito tempo com biquínis molhados.

O Dr. Flávio Iizuka, urologista formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), explicou tudo que é preciso saber sobre a cistite .

O que é cistite?

Segundo explica o urologista Dr. Flávio Iizuka, cistite é uma inflamação na bexiga urinária que acomete mulheres, homens e crianças, muitas vezes decorrente de uma infecção por bactéria, como a Escherichia coli (presente em mais de 90% dos casos).

Mas também pode ser causada por infecções fúngicas, outras bactérias e até mesmo por causas não infecciosas. Uma variação mais preocupante é a cistite autoimune, a Cistite Intersticial – uma doença rara que acomete mais mulheres e é de difícil tratamento.

Quais as causas da cistite?

As causas mais frequentes das infecções do trato urinário baixo são bactérias, como as ‘gran negativas’, provenientes do intestino; os fungos, como a Candida albicans; e pode até mesmo ser de fundo alérgico.

Quais são os fatores de risco?

A incidência da cistite é muito maior no sexo feminino. Isso tem explicação anatômica, pois a uretra da mulher tem apenas 2 cm de comprimento. Ou seja, é bem mais curta que a uretra masculina que tem de 10 a 15 cm de comprimento.

Conforme explica o Dr. Flávio Iizuka, normalmente a contaminação se dá por fezes do trato intestinal, que acomete a uretra e leva a bactéria para dentro da bexiga, geralmente decorrente da prática de sexo anal. Mas a constipação (dificuldade de evacuar) também pode causar cistite, uma vez que a concentração de bactérias por grama de fezes é muito mais elevada, aumentando assim as chances de contaminação.

Outros fatores de risco elencados pelo urologista são a baixa ingestão de água, os corrimentos vaginais, a baixa imunidade, uma higiene inadequada e mesmo a entrada na menopausa, que altera a flora vaginal. Fatores hereditários também devem ser considerados quando há histórico de infecção urinária na família.

Quais os sintomas da cistite?

– Ardência para urinar;
– Vontade de urinar com mais frequência (o ideal é urinar a cada duas horas)
– falta de controle sobre a micção
– dor ou queimação da parte inferior da barriga
– desconforto na bexiga
– odor forte e desagradável
– urina de coloração turva.
De acordo com o Dr. Iizuka, o aparecimento de febre e dores nas costas sugere uma complicação da cistite, levando geralmente a um quadro de nefrite.

Como diagnosticar?

O diagnóstico da cistite é feito através de exames laboratoriais. Os mais importantes são Urina Tipo I e a Urocultura, que identifica a bactéria e indica o melhor antibiótico a ser ministrado.

Qual especialidade médica o paciente deve procurar?

O ginecologista e o urologista – este no caso de infecções urinárias mais recorrentes e de difícil controle, tanto para homens quanto para mulheres. Mas crianças também podem ter cistite, segundo Dr. Iizuka. E as causas devem ser investigadas com um médico especialista.

Como prevenir a cistite?

Dr. Iizuka explica que a prevenção deve estar associada a atitudes comportamentais. Para as mulheres o especialista indica o hábito de urinar após cada relação sexual – “é recomendável esvaziar a bexiga”. A higienização com sabonete desenvolvidos para a região íntima também deve ser adotada por homens e mulheres. Existem ainda vacinas orais, comprimidos que podem ser tomados uma vez ao dia, em jejum, por um período de três meses, que reduzem a ocorrência de infecção urinária de repetição.

Fonte: Viva Saúde Digital

Dr Flávio Iizuka

Dr. Flávio Haruyo Iizuka (CRM 75674 – RQE 32918), graduado em Medicina pela USP Pinheiros – Turma 75 (1992), com Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1994 a 1998), Fellowship em Urologia na Mayo Clinic de Jacksonville nos Estados Unidos (1997) e doutorado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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