Câncer de Próstata é o segundo mais comum no sexo masculino
Neste dia 19 de novembro, é comemorado o Dia Internacional do Homem. A data, além de dar enfoque à importância da paternidade e dos modelos paternos, tem como objetivo chamar a atenção para os cuidados com a saúde masculina, sobretudo, o câncer de próstata.
A Alpha conversou com dois médicos urologistas que falaram um pouco sobre os cuidados e prevenções da doença, responsável por um razoável número de mortes no país a cada ano.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo mais comum no sexo masculino, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado uma doença da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo surgem a partir dos 65 anos.
De acordo com Arie Carneiro, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, é recomendado pela Sociedade Brasileira de Urologia que todos os homens a partir dos 50 anos façam o rastreamento anual do câncer de próstata, por meio do exame de sangue (PSA livre e total) e toque retal. “Em caso de alteração em um desses dois exames, a investigação deve ser aprofundada e, com isso, solicitamos uma ressonância da próstata e biópsia.
O diagnóstico em si só pode ser realizado com a biópsia”, conta.
Na fase inicial, a doença tem uma evolução silenciosa, sem apresentação de qualquer sintoma no paciente. Mas, é necessário prestar atenção nas mudanças físicas que podem ocorrer. “Devemos lembrar sempre do aumento benigno da próstata.
Este sim pode estar relacionado com a redução da força do jato miccional, aumento da frequência urinária, aumento do número de micções durante a noite, entre outros sintomas”, explica o médico.
O doutor Flávio Iizuka, urologista e pesquisador pela Universidade de São Paulo, conta que o tratamento precoce da doença pode ser feito por meio de uma cirurgia ou radioterapia, com um índice de cura muito alto. “A cirurgia conta com 98% de chance de cura e a radioterapia 96%.
Em casos mais avançados o tratamento é feito por hormonioterapia monoterapia ou quimioterapia”. Além disso, a escolha do tratamento mais adequado pode ser individual a cada paciente, sendo definida com o médico e o paciente discutindo a respeito dos riscos e benefícios de cada um.
Bons hábitos, como dietas saudáveis com pouco teor de gordura de origem animal, e práticas de atividades físicas, podem contribuir na prevenção da doença. Até o momento, não há uma dieta ou medicação que possa evitar o aparecimento do câncer, segundo Arie.
“A obesidade é um grande fator de risco e, naturalmente, pacientes saudáveis sempre superam melhor os tratamentos do que aqueles que possuem hábitos de vida não saudáveis”. Além do fator alimentação, outro ponto de atenção é a hereditariedade, que é a transmissão de características genéticas entre as gerações familiares.
“Um dos principais [fatores] é o hereditário, quando a pessoa tem parentes de primeiro grau com histórico de câncer de próstata. Estamos falando de pai ou irmãos, quando o risco é 300% maior”, explica o Dr. Flávio Iizuka.
Por estarmos falando de uma doença com evolução silenciosa, é extremamente importante que homens procurem anualmente por um médico urologista, que realizará os exames necessários, além de seguir com o tratamento ideal ao paciente, caso seja encontrada alguma anomalia.
“Importante salientarmos o termo ‘prevenir’ pois, na verdade, a avaliação de rotina não tem como objetivo evitar a doença e sim fazer um diagnóstico precoce em fases iniciais”, conclui o Dr. Arie.
Dr. Flávio Haruyo Iizuka (CRM 75674 – RQE 32918), graduado em Medicina pela USP Pinheiros – Turma 75 (1992), com Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1994 a 1998), Fellowship em Urologia na Mayo Clinic de Jacksonville nos Estados Unidos (1997) e doutorado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.