A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aponta que cerca de 4 a 6% dos homens que passaram por uma vasectomia acabam desejando ter filhos novamente. Na maior parte dos casos, a reversão de vasectomia é viável. 

No entanto, muitos casais não conhecem essa opção ou acreditam erroneamente que ela só é viável se a vasectomia foi feita há menos de dois anos.

Quer saber tudo sobre esse procedimento? Confira o artigo que preparei para você!

O que é a reversão de vasectomia?

A vasectomia é um procedimento que interrompe o fluxo de espermatozoides. Para isso, o urologista faz um corte na bolsa testicular e separa os ductos deferentes, responsáveis por levar os espermatozoides até o sêmen. 

Após a vasectomia, o homem ainda ejacula durante a relação, mas o sêmen não contém espermatozoides, o que impede a gravidez. 

A reversão de vasectomia, por sua vez, consiste em reconectar esses canais, permitindo que os espermatozoides voltem a fluir normalmente. 

É um procedimento que utiliza material de microcirurgia, sendo realizado por meio de um corte menor que 1 cm em cada lado da bolsa testicular. 

De modo geral, quanto menor o tempo entre a vasectomia e a reversão, maior a tendência de retomada da fertilidade masculina.

Há dois tipos de cirurgia para esse fim: a vasovasostomia e a vasoepididimostomia. Vamos abordar cada uma delas nos próximos tópicos.

Como é feita a reversão de vasectomia?

Você sabia que é possível reverter uma vasectomia e restaurar a fertilidade? Descubra como as técnicas de vasovasostomia e epididimovasostomia podem ajudar a recuperar a capacidade de gerar filhos após uma vasectomia.

Vasovasostomia

Na vasectomia, os ductos deferentes são cortados, amarrados e cauterizados, interrompendo o caminho dos espermatozoides. Na vasovasostomia, reabrimos esses ductos, reconectando suas extremidades separadas. 

O objetivo é permitir que os espermatozoides voltem a ser liberados durante a ejaculação, restaurando a fertilidade.

Epididimovasostomia

A epididimovasostomia é mais complexa que a vasovasostomia, pois envolve ligar o ducto deferente diretamente ao epidídimo. Essa cirurgia é indicada quando há um bloqueio no epidídimo, que impede a passagem dos espermatozoides. 

Como é o pré e pós-operatório da cirurgia de reversão de vasectomia?

Médica orientando paciente sobre cuidados com a cirurgia de reversão de vasectomia

A seguir, veja quais cuidados você deve tomar antes e depois da cirurgia!

Pré-operatório 

 Antes de passar pela reversão de vasectomia, o paciente deve informar ao urologista se, após a vasectomia, surgiram condições como diabetes, hipertensão ou problemas cardíacos. 

Também é importante conversar sobre o uso de medicações contínuas, especialmente se for um medicamento que favoreça sangramento como o clopidogrel e AAS, ou mesmo um medicamento para emagrecer ou diabetes como a semaglutida (Ozempic ®) que deveriam ser suspensos temporariamente alguns dias antes da cirurgia.

Recomendações gerais para o pré-operatório:

  • A depilação não deve ser feita pelo paciente em casa pelo risco de se ferir, sendo executada pela equipe de enfermagem 2 horas antes ou pela equipe cirúrgica imediatamente antes da cirurgia, o que reduz risco de infecção da ferida cirúrgica. 
  • Jejum de 8 horas para anestesia local com sedação ou com anestesia geral 
  • Manter a higiene no dia da cirurgia (tomar banho antes de operar com sabonete líquido hospitalar, de preferência com clorexidina degermante).
  • Ir acompanhado de um adulto para auxiliar no retorno à casa.
  • Levar exames e a liberação cirúrgica por parte de seguro de saúde ou convênio médico.

Pós-operatório

Veja o que esperar do pós-operatório e como proceder:

  • Tempo de recuperação: a recuperação completa pode levar algumas semanas.
  • Primeiras semanas: é normal sentir desconforto, inchaço e sensibilidade na área operada. É normal ficar roxo no local da cirurgia devido a equimoses ou hematomas. O médico pode prescrever medicamentos para aliviar a dor e absorver mais rapidamente os hematomas. Evite atividades físicas intensas durante esse período.
  • Cuidados com a incisão: mantenha a área da cirurgia limpa e seca. Os curativos cirúrgicos são mantidos ou trocados até o quinto dia após cirurgia e depois a incisão pode ficar exposta se estiver seca e bem cicatrizada. Evite levantar objetos pesados e faça repouso para não comprometer a cicatrização.
  • Retorno às atividades: a maioria dos pacientes pode voltar ao trabalho leve e às atividades diárias em cerca de 2 a 7 dias.  No entanto, evite atividades físicas intensas por cerca de 4  semanas.
  • Fertilidade: a restauração da fertilidade pode levar de 1 a 6 meses, ou mais. Realize exame de espermograma conforme orientação médica para verificar a presença e a qualidade dos espermatozoides.

Quais os riscos de uma reversão de vasectomia?

Embora a reversão de vasectomia seja uma operação segura, é natural que alguns riscos estejam envolvidos. O principal deles é a infecção na área da cirurgia, além de possíveis sangramentos e dor localizada

Em casos mais raros, podem surgir complicações como danos aos nervos ou às estruturas próximas.

Outro risco importante é a formação de cicatrizes nos ductos deferentes, que podem bloquear o fluxo de espermatozoides, dificultando o sucesso do procedimento. 

Além disso, o corpo pode continuar produzindo anticorpos contra os espermatozoides, o que compromete a fertilidade.

O tempo desde a vasectomia também é um fator relevante. Quanto mais tempo passar, maiores as chances de complicações e menores as de restaurar completamente a fertilidade, devido às mudanças no sistema reprodutivo.

Quais as chances de sucesso da cirurgia de reversão de vasectomia?

Segundo a SBU, as taxas de sucesso e gravidez variam conforme o tempo desde a vasectomia:

  • Menos de 3 anos: 97% de sucesso na cirurgia e 76% de chance de gravidez.
  • 3 a 8 anos: 88% de sucesso na cirurgia e 53% de chance de gravidez.
  • 9 a 14 anos: 79% de sucesso na cirurgia e 44% de chance de gravidez.
  • Mais de 15 anos: 71% de sucesso na cirurgia e 30% de chance de gravidez.

Além disso, fatores como a fertilidade da parceira e possíveis obstruções parciais nos canais também influenciam os resultados. 

Quais as alternativas à reversão de vasectomia?

Não quer fazer a reversão de vasectomia? Fique tranquilo, pois há alternativas. Entenda melhor a seguir! 

Aspiração Percutânea de Espermatozoide do Epidídimo (PESA)

A Aspiração Percutânea de Espermatozoide do Epidídimo (PESA) é uma opção para pessoas que não têm interesse na reversão de vasectomia, apresentam ausência dos ductos deferentes ou enfrentam azoospermia obstrutiva devido a inflamações. 

Durante a PESA, uma agulha é inserida no epidídimo para coletar espermatozoides. Os espermatozoides obtidos são usados em técnicas de fertilização como FIV (fertilização in vitro) ou ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).

Espermatozoide sendo fecundado em óvulo

FIV

A Fertilização In Vitro (FIV) é o método mais sofisticado de Reprodução Assistida. Ela envolve a união de óvulo e espermatozoide em laboratório, criando embriões que são cultivados, selecionados e posteriormente transferidos para o útero da mulher.

ICSI

A Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) envolve a introdução de um único espermatozoide selecionado diretamente no óvulo para promover a fecundação. 

Essa abordagem é útil principalmente em situações de infertilidade masculina grave ou quando há uma quantidade reduzida de espermatozoides disponíveis. 

A técnica também pode ser realizada nos casos em que há alguma dificuldade para ejacular, uma alteração por vezes enfrentada por pacientes diabéticos e neurológicos.

Conheça o Dr. Flávio Iizuka

Sou o Dr. Flávio Iizuka, urologista e cirurgião geral formado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP). 

Especializei-me em Urologia e Cirurgia Geral no Hospital das Clínicas da FMUSP e ampliei meus conhecimentos com um Fellow na Mayo Clinic, nos Estados Unidos.

Com décadas de experiência na área, entendo bem as necessidades dos pacientes que buscam a reversão de vasectomia. 

Meu objetivo é proporcionar um atendimento que vá além da técnica. Para isso, ofereço um acolhimento individualizado ao paciente — e essa também é a missão da Clínica Iizuka, que fundei em 1999. 

Aqui, cada pessoa é tratada com atenção e respeito, buscando sempre o bem-estar completo e não apenas a solução para o problema de saúde.

Entre em contato agora e defina o melhor plano de tratamento para você! 

Perguntas frequentes

Quanto tempo para engravidar após a reversão de vasectomia?

A restauração da fertilidade masculina pode levar de 1 a 6 meses ou mais. A fertilidade da mulher também é um fator que influencia o tempo necessário para engravidar. Acompanhe a qualidade dos espermatozoides com análises regulares para verificar o progresso.

Tem como fazer reversão de vasectomia natural?

Não. Ainda não existem métodos não cirúrgicos para reconectar os ductos deferentes e restaurar a fertilidade.

Médico respondendo perguntas frequentes sobre reversão de vasectomia

Conclusão 

A reversão de vasectomia é uma cirurgia realizada para restaurar a fertilidade masculina. Isso é feito reconectando os ductos deferentes, cortados durante a vasectomia. 

A chance de sucesso varia de acordo com diversos aspectos, incluindo a técnica usada, seja vasovasostomia ou vasoepididimostomia. 

Além disso, é fundamental seguir as orientações para o pré e pós-operatório, e estar ciente dos riscos envolvidos, embora eles sejam raros. 

Se a reversão não for a melhor opção, existem alternativas como a Aspiração Percutânea de Espermatozoide do Epidídimo (PESA) e técnicas de fertilização assistida.

Busca um profissional capacitado, experiente e que realmente compreenda as suas necessidades? Sou Flávio Iizuka e estou aqui para ajudar! 

Entre em contato comigo para conversarmos sobre a sua situação e definirmos o melhor caminho para recuperar a sua fertilidade.

Dr Flávio Iizuka

Dr. Flávio Haruyo Iizuka (CRM 75674 – RQE 32918), graduado em Medicina pela USP Pinheiros – Turma 75 (1992), com Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1994 a 1998), Fellowship em Urologia na Mayo Clinic de Jacksonville nos Estados Unidos (1997) e doutorado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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