A cirurgia de pedra nos rins é um procedimento médico altamente eficaz no tratamento de cálculos renais, uma condição bastante comum e potencialmente dolorosa.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU),  cerca de  10% da população mundial pode ser acometida por cálculos renais de forma altamente recidivante, ou seja, a pessoa pode ter vários episódios de pedras no decorrer da vida. 

A manifestação pode ser bastante variada, desde assintomática até fortes crises conhecidas como cólicas renais, que podem trazer junto sangramento urinário, infecção urinária ou dano à função dos rins.

De acordo com as diretrizes da American Urological Association (AUA), pedras nos rins têm uma taxa de recorrência de pelo menos 50% dentro de 10 anos após o primeiro episódio, enfatizando a necessidade de uma abordagem preventiva e de tratamento adequado. 

Neste artigo, eu vou esclarecer as diferentes técnicas cirúrgicas utilizadas na remoção dos cálculos renais e discutir quais as situações em que a intervenção cirúrgica se faz necessária.

O que é a pedra nos rins?

Os cálculos renais, mais comumente referidos como pedras nos rins, são agregados cristalinos que se formam nos rins ou em qualquer parte do trato urinário superior. 

Essas massas sólidas podem se desenvolver quando há uma alteração no equilíbrio normal de algumas substâncias que normalmente são excretadas na urina, como cálcio, oxalato, ácido úrico e fósforo. 

Estudos indicam que fatores dietéticos e condições metabólicas subjacentes, como a hiperoxalúria e a hipercalciúria, desempenham um papel significativo na formação de cálculos, sendo fundamentais na avaliação e no tratamento preventivo desses pacientes.

Para mais detalhes, convido vocês a ler a matéria e assistir a minha participação no programa ‘Vem Pra Cá’ do SBT explicando sobre a diferença entre cálculo renal e infecção urinária.

Quando é necessário realizar uma cirurgia de pedra nos rins?

As pedras formadas nos rins podem ser muito pequenas, quase como grãos de areia, e passar despercebidas pela urina, ou podem crescer até um tamanho considerável, causando bloqueio e dor intensa quando percorrem o trato urinário.

A cirurgia de pedra nos rins é uma intervenção médica que se torna necessária quando o tratamento conservador, com medicamentos e outros métodos não invasivos, não é suficiente ou adequado para resolver o problema. 

Diretrizes internacionais (AUA / EAU) sugerem que a decisão pela cirurgia deve considerar fatores como o tamanho da pedra, sintomas do paciente, complicações associadas e a resposta ao tratamento conservador.

A seguir, apresentamos critérios que justificam a abordagem cirúrgica.

  1. Tamanho e localização da pedra

Pedras com diâmetro maior que 4 milímetros podem ser difíceis de serem expelidas naturalmente e aumentam o risco de complicações. 

Os cálculos com diâmetro a partir de 5mm ou mais tendem a exigir intervenção cirúrgica para garantir sua eliminação, pois podem causar obstrução do trato urinário. 

Uma pedra que está localizada no ureter proximal (perto do rim) tem menor chance de eliminação espontânea que uma que esteja no ureter distal ou no meato ureteral (perto da bexiga), isto acaba sendo um dos critérios de decisão pela indicação de cirurgia.

Segundo a AUA, pedras maiores que 10mm são indicativas de intervenção cirúrgica, especialmente se causarem obstrução significativa.

  1. Gravidade do caso e nível de dor

Quando o paciente experimenta dores severas que não são manejáveis com o uso de analgésicos, pode ser necessário realizar uma cirurgia para remover a pedra e aliviar a dor. 

Estudos recomendam que, em casos de dor intratável ou complicações associadas, a intervenção cirúrgica deve ser considerada prontamente.

  1. Grau de dureza da pedra

As características físicas da pedra, como a dureza, podem influenciar a escolha do tratamento. A tomografia computadorizada é uma ferramenta utilizada para determinar essas propriedades e ajudar a avaliar se o tratamento medicamentoso será efetivo ou se o procedimento cirúrgico é indicado. 

De acordo com diretrizes internacionais, a densidade da pedra, medida em unidades de Hounsfield (HU), pode prever a resposta à litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), com pedras mais duras (>1000 HU) sendo menos suscetíveis à fragmentação por esse método.

  1. Complicações associadas

A combinação de cálculos renais com infecções urinárias pode causar sérias complicações, como a formação de abscessos renais ou coleções perirrenais infectadas, exigindo uma intervenção rápida para evitar danos maiores ao sistema urinário caracterizado pela perda irreversível da função renal. 

Diretrizes da EAU (European Association of Urology) ressaltam que a presença de infecção ativa associada a cálculos aumenta o risco de urosepsis, tornando a remoção do cálculo uma prioridade.

  1. Histórico clínico do paciente

O histórico de episódios anteriores, como cirurgias prévias para remoção de cálculos ou a passagem espontânea de pedras, pode influenciar a decisão de realizar uma cirurgia. Pacientes com histórico de múltiplos episódios de cálculos ou complicações anteriores têm maior probabilidade de necessitar de intervenções repetidas.

Mulher com pedra nos rins sentindo dor abdominal

Tipos de cirurgia de pedra nos rins

Os avanços na área de urologia trouxeram múltiplas opções para o tratamento cirúrgico de pedras nos rins, cada um com suas especificidades e indicações. 

Embora a escolha do procedimento cirúrgico ideal dependa de vários fatores, a tendência é priorizar as técnicas minimamente invasivas, sempre que possível, para reduzir a morbidade associada à cirurgia e acelerar a recuperação do paciente.

Vamos explorar os principais métodos cirúrgicos utilizados atualmente:

Ureterolitotripsia a laser

Durante esse procedimento, um ureteroscópio semirrígido ou flexível,  é inserido através da uretra e passa pela bexiga até alcançar os rins, assim que a pedra é identificada com o uso de uma câmera minúscula, o laser fraciona o cálculo em partes pequenas o suficiente para serem eliminadas pela urina. 

Nesta modalidade de cirurgia é usual a colocação de um cateter duplo-J que funciona como um curativo da via urinária, sendo necessário a sua remoção posterior em períodos variados de tempo de alguns dias até várias semanas, dependendo do caso.

Estudos recentes destacam que essa técnica minimamente invasiva apresenta altas taxas de sucesso e baixa morbidade, sendo indicada para pedras localizadas dentro do rim, ureter proximal, médio e distal.

Nefrolitotripsia percutânea

Nesse método, o cirurgião faz uma pequena incisão nas costas do paciente para inserir um nefroscópio diretamente no rim e com um laser ou dispositivos ultrassônicos as pedras são desintegradas e então removidas. 

De acordo com a EAU, essa técnica é recomendada para cálculos grandes ou complexos (>20 mm), sendo altamente eficaz, mas com maior risco de complicações em comparação com a ureterolitotripsia.

Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO)

Embora não considerado cirurgia em si, esse método é amplamente utilizado para a quebra de cálculos renais.

Durante o procedimento, o paciente, sob sedação ou anestesia geral, é posicionado tal que as ondas de choque geradas por um aparelho incidam sobre a pedra, fragmentando-a para que os resíduos possam ser eliminados na urina. 

Diretrizes internacionais indicam que a LECO é mais eficaz para cálculos menores (<20 mm) e com densidade mais baixa, sendo menos invasiva, mas com eficácia reduzida em cálculos de alta densidade. 

É mais indicada para pacientes da faixa pediátrica e magros. Não é indicada para pacientes obesos, gestantes, em uso de anticoagulantes ou cálculos no interior de grupamentos calicinais inferiores.

Cirurgia por laparoscopia e robótica

Utilizada em casos especiais, esta técnica envolve fazer incisões menores no abdômen através das quais instrumentos laparoscópicos – em alguns casos robóticos – são inseridos para realizar a remoção das pedras. 

Este procedimento é apreciado por sua precisão, menor tempo de recuperação e menor invasividade e é utilizado principalmente para cálculos localizados em áreas de difícil acesso, como a pelve renal. Estudos recentes têm demonstrado a eficácia desta técnica em casos complexos, com menor taxa de complicações pós-operatórias.

Como escolher o tipo de cirurgia de pedra nos rins

Eu e toda a equipe da Clínica Iizuka estamos prontos para avaliar cada caso de maneira individual, levando em consideração a singularidade do paciente e as características específicas das pedras renais.

Nesse momento, a segurança, o bem-estar e as expectativas pessoais são criteriosamente analisados.

Como é a recuperação da cirurgia de pedra nos rins

Em caso de cirurgia, podemos antecipar um período de repouso e recuperação, cuja duração varia conforme o procedimento realizado. É imprescindível que os pacientes fiquem atentos e evitem certos alimentos que podem causar pedra nos rins para assegurar uma recuperação sem contratempos. 

A recuperação também pode incluir medidas profiláticas, como aumento da ingestão de líquidos e ajuste dietético, para prevenir a recorrência de cálculos, conforme recomendado nas diretrizes da AUA.

Paciente se recuperando de cirurgia de pedra nos rins

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Se você está enfrentando esse desafio ou procura mais informações sobre a prevenção de pedras nos rins, eu estou aqui para ajudar. 

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Conclusão

Diante de um assunto tão complexo e delicado como a cirurgia de pedra nos rins, o tratamento e a possibilidade de uma cirurgia podem ser assustadores, mas com a orientação certa e o suporte de uma equipe médica competente faz total diferença. 

Na Clínica Iizuka, dispomos das mais modernas tecnologias e das melhores práticas, baseadas nas diretrizes da AUA, EAU e SBU, para que o seu tratamento seja seguro, confortável e eficaz.

Se você suspeita que possa ter cálculos renais ou busca uma segunda opinião, convido-o a marcar uma consulta conosco, juntos podemos traçar o melhor caminho para o seu bem-estar e saúde.

Dr Flávio Iizuka

Dr. Flávio Haruyo Iizuka (CRM 75674 – RQE 32918), graduado em Medicina pela USP Pinheiros – Turma 75 (1992), com Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1994 a 1998), Fellowship em Urologia na Mayo Clinic de Jacksonville nos Estados Unidos (1997) e doutorado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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