Especialistas reforçam a importância do cuidado com a saúde dos homens e o câncer de próstata
Novembro foi o mês escolhido para trazer aos holofotes a atenção a cerca do câncer de próstata, reforçando a importância da rotina de exames como forma preventiva. Uma pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia revelou que a estimativa de novos casos em 2020 é de 65.840, com mais de 15 mil mortes por conta da doença.
O INCA e a Sociedade Brasileira de Urologia recomendam que, a partir dos 50 anos, homens façam o exame preventivo, anualmente. Já quem tem histórico familiar da doença deve começar a se prevenir aos 45.
O exame físico é feito em duas etapas, explica Flávio Iizuka, urologista e pesquisador da USP. A primeira é o toque retal, e a segunda, por meio de um exame de sangue chamado PSA.
A combinação dos dois é essencial para a saúde do homem e com a alteração de apenas um deles, o urologista continuará o atendimento para descobrir se pode ter ou não indícios de câncer de próstata.
Iizuka alerta que esse é um dos tipos mais graves de câncer e é o segundo que mais mata, perdendo apenas para o câncer de pele.
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, e em alguns casos, fica “dormente”. Por isso, é importante manter a rotina de exames, que é capaz de descobrir o tumor nos estágios iniciais e tratá-lo.
Anibal Branco, urologista do Hospital Marcelino Champagnat, explica que um diagnóstico precoce pode ser determinante no quadro.
“Existem muitos tumores de próstata que não são tão agressivos e quando detectados precocemente podem ser acompanhados no que chamamos de ‘vigilância ativa’.
Em muitos casos, o tumor não chega a se desenvolver e se isso acontecer, a gente pode optar em realizar a cirurgia”, explica.
Prevenção a partir dos 45 anos
Iizuka explica que homens pretos têm um risco mais alto de ter a doença de maneira precoce e mais agressiva.
“Não se sabe ao certo a razão, mas homens negros devem começar a prevenção mais cedo, a partir dos 45 anos. Após os 75 anos, os exames anuais não são necessários para nenhum homem”, comenta.
A rotina de exames é de extrema importância, uma vez que o câncer de próstata não apresenta sintomas na fase inicial e pode espalhar-se de forma silenciosa.
Em casos de pacientes que não realizam o exame anualmente, com acompanhamento de urologistas, e buscam se cuidar apenas após tomar apresentar sintomas da doença, a situação é mais grave.
Branco diz que quando os sintomas começam a se manifestar, é normalmente quando o câncer já está em metástase – isso é, a formação de um tumor a partir do outro, causando a invasão de células cancerígenas em outros órgãos –, caminhando para o osso, em um momento que não existe mais cura, apenas tratamento e acompanhamento.
“Quando a doença é descoberta em um estágio mais avançado, o tratamento acaba sendo muito mais agressivo, comprometendo a produção de testosterona e elevando os riscos de doenças cardíacas, impotência sexual e distúrbios cognitivos”, reforça Anibal.
Flávio reitera a importância do acompanhamento médico como forma de prevenção, uma vez que o diagnóstico precoce permite mais chances de cura. “O índice de cura é maior quando o diagnóstico é na sua fase precoce e ao redor de 98% principalmente através da modalidade da cirurgia ou a radioterapia”, finaliza.
Fonte: Revista Casa e Jardim
Dr. Flávio Haruyo Iizuka (CRM 75674 – RQE 32918), graduado em Medicina pela USP Pinheiros – Turma 75 (1992), com Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1994 a 1998), Fellowship em Urologia na Mayo Clinic de Jacksonville nos Estados Unidos (1997) e doutorado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.